aprendendo

Não tenha dó do sofrimento

A vida cristã é uma história de perdas. Primeiro Deus faz a ferida, depois ele a liga, primeiro ele crucifica, depois ele ressuscita. A mensagem central do evangelho é negue-se, esqueça-se, rejeite-se.

Esse discurso é deveras assustador em tempos onde tudo converge para a felicidade irrestrita – a qualquer custo – aqui e agora, onde se bate no peito e se diz por aí: Eu mereço! Mas não há nada mais nefasto para alma. Aquele que está cheio de si, ainda está vazio de Deus.

Atrelado ao sentimento de felicidade irrestrita está a autocomiseração e a justiça própria. Elas são fruto de um sentimento que nos julga imerecedores das críticas e dos juízos temerários sobre nós.

Se por um lado eu mereço tudo de bom, por outro eu não mereço nada de ruim. Esta é a falsa mensagem.

O grande problema desta ópera de enganos e este é o ponto central, é que as vezes este sentimento ocorre no serviço da obra do Reino. Se acredito neste engodo, me vejo portador de uma pseudoimunidade, que me faz acreditar que jamais serei odiado, criticado ou incompreendido. Porém, Deus nunca nos prometeu isso, pelo contrário, se odiaram a Ele, odiarão a nós.

A grande verdade é que somos poupados do apedrejamento pela infinita misericórdia de Deus. Temos mais bênçãos do que merecemos e menos lutas do que merecemos também. Você foi chamado para uma experiência de morte, a morte do seu ego, para que no fim a verdade absoluta, incontestável e sublime possa resplandecer.

C.S Lewis costumava dizer que Deus sussurra por meio dos nossos prazeres, fala pelo nosso intelecto e grita, por meio do sofrimento. Nas decepções Deus utiliza um megafone ao pé do nosso ouvido é nos diz: É por algo maior, é pelo transcendente, é para Glória Eterna!

O sentimento é terrível eu sei, mas é gracioso. A graça te faz enxergar que retroceder não é uma opção, o caminho é para frente, com a paz, se possível, mas com a verdade a todo custo, parafraseando Lutero.

O autor aos Hebreus diz que na luta contra o pecado nós ainda não resistimos até o ponto de derramar o próprio sangue. As vezes nem nossa lágrima precisou cair pelo evangelho.

Então, por mais que doa, que tire o sono, que faça desanimar, lembremos das promessas de Cristo. É um período de perdas, para uma eternidade de delícias sem fim.

Até o próximo post…

Texto por Yago Nunes

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